Para os apaixonados ou não, Monte Verde

Vista da Pousada Moinho Velho

Há alguns anos estava na cidade de Cambuí (MG) e fui passar o dia em Monte Verde. A serra que leva até o local ainda não tinha estrada asfaltada. Mas, no último sábado (26/05) voltei e, que beleza, o asfalto chegou! Fui com minha amiga Fabi (não, não somos um casal, só não temos namorados). Pegamos ônibus da Auto Viação Cambuí em São Paulo na Rodoviária do Tietê. A passagem até Camanducaia custa R$ 21,79 e a viagem dura cerca de duas horas. De Camanducaia até Monte Verde, mais um ônibus, agora de R$ 6, que sai a cada três horas, mais ou menos. O telefone de informações para horários é o (35) 3433 2112.

Fomos para a Pousada Moinho Velho, que me convidou. Ela é extremamente romântica. A minha suíte tinha salinha com lareira e uma cama enorme e muito confortável, digna de ser aproveitada pelos casais, principalmente, aqueles que procuram algo para o Dia dos Namorados. A vista, então, não podia ser mais bonita: piscina e serra. Os montes das Minhas Gerais bem verdinhos ao longe.

Sala do Chalé do Conde, no qual eu fiquei

Eis o quarto, de fato

Tirolesa

Não passei muito tempo na Pousada Moinho Velho naquela tarde. Logo veio o Marcos da Associação de Hotéis e Pousadas de Monte Verde me buscar para a primeira aventura do dia: tirolesa. Tenho que confessar que fazia muito tempo que eu não descia em uma tirolesa. Nas viagens sempre surge uma oportunidade, mas às vezes eu estou com preguiça. Dessa vez, não escapei, a Fabi me incentivou e lá fomos nós.

Fabi coloca os equipamentos necessários para a tirolesa

A tirolesa fica no Circuito Fazenda Radical (Estrada de Camanducaia – KM 24). Na verdade, são duas. A primeira de 450 metros de extensão e 65 metros de altura. Você desliza pelas cordas a 60km/h em 45 segundos, mais ou menos. No comecinho, fiquei com medo, o pior momento é quando tiramos os pés da plataforma inicial, depois, é só adrenalina e apreciar a vista linda.

Eu me preparo

Lá vou eu!

Feita a primeira tirolesa, esperei a Fabi e mais uma jornalista com a irmã. Seguimos por uma subidinha com os instrutores rumo à segunda tirolesa. Essa com 475 metros de extensão e 75 de altura. Mais frio na barriga e mais um “voo” emocionante. Todos ficaram satisfeitos. E, para aqueles com mais medo, um instrutor vai junto.

O que eu mais gostei na tirolesa, além da adrenalina, claro, é que o trabalho da Eliana, a dona, é muito sério. Ela explicou que faz a manutenção diária com os instrutores e que, a cada semestre, contrata uma empresa para fiscalizar. Os dois cabos juntos, agüentam 5 mil quilos. Portanto, com todo esse cuidado e se você pesa menos de 5 mil quilos, a probabilidade de se dar mal deve ser nula.

A tirolesa funciona de quarta a domingo e custa R$ 55 por pessoas (os dois trechos por R$ 50 e R$ 5 do seguro).  No local também tem quadriciclo. O site é www.fazendaradical.com.br

Cachaça boa

A Cachaçaria das Gerais produz a bebida de forma artesanal. Essa é a de maracujá, aprovada!

Depois da adrenalina toda, fomos conhecer a única cachaçaria artesanal de Monte Verde para relaxar. Ela fica no Shopping Celeiro e chama Cachaçaria das Gerais. O dono é o senhor Josadac, que além de fazer a bebida, serve e ainda faz os clientes experimentarem entre uma piada e outra. Josadac cuida do negócio que abriu em 2003 com os dois filhos e a esposa. A produção chega até a 5 mil litros por mês. E sabor é o que não falta, tem de banana, maracujá, uva, amêndoa e a Poema das Gerais, com maçã, canela e pêra, dentre outros sabores. O valor das garrafas pequenas é R$ 10 (exceto  Poema das Gerais) e das grandes R$ 25. a de banana é a melhor cachaça da fruta que já provei, tem pedacinho mesmo. Também gostei muito da sabor uva, a Fabi curtiu a de amêndoa.

Andamos pela Avenida Monte Verde, a principal da cidade. Ela é muito charmosa, com suas casinhas e lojas feitas ao estilo alemão. O frio fica mais intenso a cada hora. A cidade estava cheia, segundo a Associação de Hotéis e Pousadas de Monte Verde, a ocupação foi de 95% nos hotéis associados e a temporada ainda nem começou.

Jantar e pub

Antes do jantar, passamos na pista de patinação no gelo da cidade. Ela fica aberta de quinta a domingo. As quintas e sextas funciona das 13h00 às 18h00, aos sábado das 10h00 às 22h00 e aos domingos das 10h00 às 18h00. Meia hora custa R$ 40 e é proibido andar sem meias. O telefone de lá é (35) 3438 1440.

Delícia patinar no gelo!

Fomos jantar no Hotel Cabeça de Boi (www.hcboi.com.br), um dos mais tradicionais de Monte Verde e que inclui todas as refeições aos sábados. No jantar, há até opção de fondue. Nós, pessoas gulosas, comemos no buffet e fondue de queijo depois. Eu iria, no domingo, me hospedar nesse hotel. Porconta de todos os locais que visitei, não conheci as instalações desse hotel como gostaria. Mas ele é bem família, com atividades para crianças, pista de patinação, piscina aquecida e quadras esportivas.

Após o jantar, seguimos para o pub Di Freddo, na Av. Monte Verde, 1160. Estava tocando blues ao vivo e a casa cheia. Por lá, cervejas nacionais e importadas, chope e petiscos. Tomei o chope Black da marca Kremer por R$ 8 o copo. Aprovado!

Lareira, quadriciclo e compras

Já era madrugada de domingo quando voltei para a Pousada Moinho Velho. Pedi para que acendessem a lareira porque não sabia sozinha. Monte Verde teve a noite mais fria do Brasil, chegou a 3,9ºC. Mas com lareira e com os quatro cobertores que a Fabi colocou na cama, eu acordei suando, juro.

Lareira no meu quarto na Pousada Moinho Velho

Domingo de manhã era hora de me despedir da Pousada Moinho Velho. Mas antes, o café da manhã. Ponto positivo, principalmente, para o brownie e o bolo de cenoura com chocolate. Aproveite para subir no mirante e admirar a vista. É mesmo super romântico, gostaria muito de voltar para lá apaixonada uma hora dessas. Quem sabe? Para quem já está apaixonado, as diárias de fim de semana em junho lá começam nos R$ 328 o quarto simples, na suíte igual a minha, fica R$ 459 (Chalé do Conde), na que tem hidromassagem, chega aos R$ 572. Todas incluem o café da manhã. O site é www.pousadamoinhovelho.com.br

O Moinho Velho

Vista do meu quarto na Pousada Moinho Velho

O meu quarto visto de fora, é o do andar térreo

Chega de comilança. Era hora do quadriciclo. Fui super empolgada achando que ia mesmo arrasar. Tem passeios na Trilha Verde, bem no comecinho da Av. Monte Verde (www.passeiostrilhaverde.com.br). Uma hora para duas pessoas por R$ 100. Bom, eu detesto moto, tenho medo de trator. E o que me dizem? Para dirigir é que nem moto e parece um trator pequeno. Coloquei o capacete, subi e medo. Mal treinei e pedi para descer. Nenhuma das quatro meninas, incluindo eu, teve coragem de fazer o circuito. Que bananas nós somos. E que vergonha a minha de desistir. É que fiquei com medo de quebrar um dente ou atropelar alguém.

Eu tentei!

Já que para andar de quadriciclo eu não sirvo, fui ver esquilos e fazer compras. No Shopping Celeiro tem umas casinhas com comida par esquilos. Quem cuida é o Nelson, da Mont´Art Artesanato (loja 16). Ele é um apaixonado pelos bichinhos e também pelo clima de Monte Verde. Ela faz o controle da temperatura na cidade há anos e tem todas anotadas em seu estabelecimento. Nelson olha o relatório do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais todos os dias.

Chegue cedo para ver os esquilos

Pela manhã é o melhor horário para ver os esquilos. Eles passam muito rápido, vão até a casinha feita para eles e pegam uma noz. Nelson fica todo feliz e às vezes alguns animais pegam a comida da mão dele. Pode tirar fotos, mas sem flash para não prejudicá-los, avisa ele.

Nelson alimenta os animais

Como eu não sou de ferro, fui fazer compras. Mas nem me excedi. Apenas um cachecol por R$ 25 e uma meia-calça preta muito grossa, ótima para o inverno, por R$ 20, um achado. Fabi comprou um vestido e uma legging, ambos com bons preços. Tem muitas lojinhas por lá, mas tem que andar e ver bem os preços.

Demos uma passadinha rápida na Geleias Naturais Tia Nata. Uma casinha que parece de boneca na qual o casal de proprietários vende suas geléias artesanais. O almoço foi no Hotel Cabeça de Boi, no qual eu já estava hospedada. Muita comida mineira e, na sobremesa, voto para o pudim de leite.

Geleias artesanais

Música e cerveja

Quando voltava da Av. Monte Verde por volta das 13h00, tinha visto um bar lá com música ao vivo. Fabi e eu decidimos terminar nossa tarde por lá. É o Beija-Flor, galera jovem e som com banda o dia inteiro. Adoramos. Também tem cervejas nacionais e importadas, petiscos e fondue. Nós fomos de Original mesmo. Saindo de lá, fomos para o Fritz, que produz cinco tipos de cervejas artesanais, olha que perigo.

Música ao vivo no Beija-Flor

Eu não curto muito cerveja e chope, prefiro destilados, vinhos e champagne. Mas, claro, eu experimentei para contar para vocês, só por isso. Tem um menu degustação com os cinco tipos, coloco informações sobre cada uma

Natur

Para os degustadores mais aprimorados e exigentes, a cerveja Natur é um “Pilsen” de baixa fermentação, maturação prolongada e sem filtração, produzido e elaborado da mesma forma há mais de cem anos. Seu teor alcoólico é de 4,3%.

Weizen (trigo)

Traz um sabor bem equilibrado (lembrando cravo-da-índia e banana) misturado ao sabor muito agradável do trigo. A textura do trigo dá a sensação de uma cerveja macia e cremosa progredindo para uma sensação final picante na língua, o que é reforçado pela própria carbonização dela que é fervescente. Seu teor alcoólico é de 4,7%.

Köelsch

Elaborada em algumas épocas do ano, a Köelsch é uma cerveja típica de alta fermentação e maturação mais estendida (podendo chegar até 60 dias). A mistura de lúpulo importado da República Tcheca e da Baviera, sul da Alemanha, dá uma nota de sabor e aroma mais nobre e apurado. Seu teor alcoólico é de 5,5%.

Dunkel

A Dunkel compartilha os mesmos processos de fabricação da cerveja pilsen, porém com adição de extrato e malte puro torrado. As baixas fermentação e maturação obedecem ao tempo tradicional (mínimo de 21 dias). Seu teor alcoólico é de 4,3%.

Klar

Chope claro tipo Pilsen elaborado com matéria-prima selecionada importada. Ele obedece a um rigoroso processo de fabricação e a baixa fermentação e maturação duram no mínimo 21 dias de produção. O teor alcoólico é de 4%.

Degustação na Cervejaria Fritz

Eu gostei muito da Klar e da Dunkel, bem levinhas. Até pedi um copo da Dunkel. Já a Weizen, senti um gosto mais forte, porém, não consegui identificar o cravo e a banana, como disse, não sou boa no assunto cerveja. Para os “cervejeiros” de plantão, deve ser mais fácil distinguir cada uma e seus sabores. A cervejaria produz 30 mil litros por mês que são divididos entre as outras unidades da marca. No local ainda funciona restaurante com comida típica alemã e rola música ao vivo. Quem quiser comprar garrafa para levar, custa R$ 18,50 de todos os tipos. Tem barril de chope também, o litro custa a partir de R$ 8,50.

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Festival Gastronômico

Veja AQUI post sobre o Festival Gastronômico de Monte Verde em 2015. Acontece até 26 a abril deste ano.

Sylvia Barreto

*Viajei a convite da Pousada Moinho Velho e com apoio da Associação de Hotéis e Pousadas de Monte Verde

Shopping Celeiro

Trecho da Avenida Monte Verde

 

13 comentários sobre “Para os apaixonados ou não, Monte Verde

  1. Sinceramente gostei muito mesmo. Minha FAMILIA tem lojas em monte verde. Já morei lá também . Mais nem no site da cidade ta uma explicação tão boa e bem fotografada. Gostei muito.
    Nota 10

  2. Pingback: Delícias do 6º Festival Gastronômico de Monte Verde (MG) |

  3. Oi. No início do posto vc diz que estava em Cambuí e foi passar o dia em monte verde. Você pode me dizer como chegou até lá? Qual o transporte? Estou pretendendo ir em Cambuí, e de lá ir para monte verde. Mas não acho na internet informações de transporte.

    • Olá! Então, eu fui de ônibus até Camanducaia e de lá para Monte Verde também de ônibus. Pega o ônibus de MV no mesmo lugar que desce em Camanducaia. Tem poucos horários por dia, neste site http://guiamonteverde.com.br/acesso/ há informações dos horários de ônibus c saída de Camanducaia. O ideal é combinar c um bom horário de ônibus saindo de Cambuí! Espero ter ajudado 🙂

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