Fim de semana de aventura em São Pedro (SP)

Vista do Cruzeiro do Facão

Aproveito a manhã desta segunda para conta o meu fim de semana em São Pedro. Havia escrito no post anterior apenas sobre a sexta-feira.  No sábado pela manhã fui com o grupo de jornalista que estava na Feira do Produtor Rural de São Pedro. Fazia muito, mas muito tempo que eu não visitava uma feira, e desse tipo, com produtos diretos do produtor então, nunca.

Logo que entrei na feira, uma das primeiras barraquinhas me chamou a atenção. Um casal de senhores japoneses vendia sushi, yakissoba e outras comidas japonesas. Tudo fresquinho, bem embrulhado e com data de validade. Fui conversar com eles, a senhora Cecilia Yamashita me contou que mora na cidade há dois anos e meio e ela e o marido preparam todas as delícias vendidas por eles.

Além das comidas japonesas da dona Cecília. Além também na feira salames, lombo defumado, pamonha, bolo de milho, cural, verduras, legumes, mel, massa caseira e claro, pastel. Pena que eu já tinha comido demais no café da manhã e não tive como comer uma pamonha é um pastel, fiquei só no cheirinho.

Dona Cecília e o marido com as suas comidas japonesas fresquinhas

O famoso e triste Gustavo Teixeira

Saindo da feira, seguimos para o Museu Gustavo Teixeira. Em São Pedro tudo, praça, avenida, tudo remete ao poeta filho da cidade. Museu é algo que se não for muito, mas muito legal, não me anima e acho que também não anima ninguém. Mas tenho que dizer que a vida do Gustavo Teixeira me surpreendeu por sua inteligência e por seus desgostos. O coordenador histórico do Museu, Rodrigo Luiz dos Santos, é um apaixonado pelo museu e pela vida de Gustavo. Ele nos contou passagens da vida do ilustre cidadão com riqueza de detalhes.

Gustavo começou a escrever poesias muito cedo e, aos 12 anos, já tinha algumas delas publicadas em grandes jornais enviadas por membros da família. Aliás, família essa muito rica e poderosa que dá início aos primeiros registros da história da cidade. O poeta gostava de viver isolado, morou um tempo em São Paulo e não se acostumou.

Gustavo nasceu em 1881, por isso, tinha amigos como Oswald de Andrade, já que eram contemporâneos. Em vida, escreveu apenas dois livros e rejeitou cargos importantes, trabalhou toda a vida na prefeitura da cidade. E, seus poemas tristes tinham uma razão. Foi abandonado pela noiva na porta da igreja. Ela fugiu com outro e de bicicleta ainda por cima. Para completar, Gustavo conheceu outra mulher, teve uma filha com ela, a Ondina, e a moça o abandonou por um “melhor partido” da cidade vizinha, Piracicaba. O poeta tinha reumatismo e por isso gastava todo seu salário com remédios e com a educação da filha que criava sozinho.  Faleceu pobre em 1937, dois meses antes de tomar posse na Academia Paulista de Letras, para a qual havia sido indicado. Fiquei com pena de Gustavo Teixeira.

Obra de Paulo Caruso que mostra Gustavo Teixeira sendo deixado pela noiva

Restaurante Pousada Cachoeiras da Furna, imperdível

Após a visita ao museu, seguimos para o Restaurante e Pousada Cachoeiras da Furna. O local fica a cinco quilômetros da cidade e tem esse nome por estar em uma depressão no meio de morros, por isso, é uma furna. A dona da pousada, Elizabete, nos mostrou todas as dependências. Quartos, spa, piscinas e laguinhos. A última delas foi o restaurante de comida caseiro que é sensacional, sem nenhuma dúvida. A própria Elisabete ajuda na cozinha. Tudo que eu comi era gostoso, TUDO. A maionese de frango estava deliciosa, o bolinho de carne e o torresmo então, nem se fala. Aliás, o torresmo deu o que falar entre os jornalistas. O colega de profissão, Renato, do Diário do Comércio, era a favor de levar um saco para comer em casa. Não teve um que não repetiu, até duas jornalistas vegetarianas fizeram dois pratos porque, sinceramente, até as beterrabas e cenouras estavam imperdíveis. Fora a simpatia da Elisabete que faz toda a diferença. O preço também é ótimo, apenas R$ 24 a refeição.

Da pousada vemos a Cachoeira da Furna. E, uma surpresa, avistamos dezenas de pessoas voando de parapente e, nosso próximo passeio era justamente era ir até o local que começa essa aventura.

A proprietária Elisabete também ajuda na produção dos deliciosos pratos de comida caseira do restaurante da pousada

O site da pousada é esse: http://www.cachoeirasdafurna.com.br/

Voo de parapente

Saindo de Furnas seguimos para a subida da serra da cidade. A temperatura esfria e chegamos ao ponto  do qual profissionais  e amadores voam de parapente. Mas quem não é profissional só pode fazer voo duplo, ou seja, acompanhado por alguém que é habilitado. O curso dura por volta de oito meses e custa R$ 1700 com a empresa BarlaVentoSul, responsável pela diversão.

Quem não é profissional, paga R$ 120 e voa por meia hora acompanhado por um dos instrutores. O voo não estava incluso na nossa programação, mas duas jornalistas acabaram conseguindo voar um pouco, 10 minutos. Infelizmente, não deu tempo para que eu e outros jornalistas participássemos da aventura. As meninas contaram que é uma delícia e quando se está acompanhada não precisa fazer nada, é só ficar lá e aproveitar a vista.

Céu de São Pedro repleto de parapentes

Spa Jardim da Serra

A última parada foi no Spa Jardim da Serra. É um hotel no qual as pessoas podem ir para relaxamento ou emagrecimento. Certamente, depois de tudo que eu ando comendo, eu deveria passar uma temporada por lá. O local é bem tranquilo e a nutricionista que nos acompanhou, a Regina, e o professor de Educação Física, o Tim, que nos acompanhou, parecem muito dedicados. Explicaram que todo hóspede passa por uma programação, consome a quantidade de calorias necessárias para o seu atingir seu propósito e não são obrigados a fazer exercícios, mas estimulados.

Preciso dizer que tinha outa ideia de como seria o spa. Achei que fossem super rígidos, do tipo de te tirar da cama logo cedo para fazer exercícios. Mas não é assim, há várias aulas durante o dia e também caminhadas ao ar livre e cada um faz aquelas que tiver vontade. E a comida me surpreendeu. Jantamos por lá. A entrada era uma sopa de alho-poró com raspas de peito de peru. O prato principal era peixe com legumes. Mas como não como peixe, ganhei um risoto de legumes e queijo e estava delicioso. Para sobremesa (olha só, tem até sobremesa) havia cheesecake de goiaba. Não sou muito fã do doce, mas comi e estava saboroso. Nós comemos aquilo que os hóspedes comem baseado em uma dieta de 1800 calorias. Todos comem o mesmo, o que irá mudar é a quantidade dependendo do número de calorias que cada um pode consumir.

Fomos para o hotel e na programação havia ainda visita a um bar, mas como eu estava cansada e com dor de cabeça, não consegui ir, uma pena.

Visual do Spa Jardim da Serra

Domingo off-road

Pela manhã, fomos conhecer todas as dependências do hotel no qual estávamos hospedados, o São João. Fomos guiados pelo gerente, o Geraldo Magela, que e muito simples e simpático. Ele nos mostrou os quartos novos e antigos e toda a área de lazer, que é grande, com 3 piscinas e muito espaço para as crianças.

No hotel mesmo diversos jipes foram nos buscar. Em grupo de amigos que se encontram para fazer trilhas off road se ofereceram para nos mostrar algumas de São Pedro. Acabei fazendo o trajeto não em um jipe, mas na Pajeto toda adaptada do Nilton, apaixonado por trilhas. Ótimo que fui com ele, que era bom no volante e o carro era fechado, assim não comi tanta poeira. E haja poeira. Foi bem divertido e emocionantes. Atolados em um riacho e outro carro teve que nos puxar, entrou água no carro, barro, uma aventura.

Subimos até o Cruzeiro do Facão, que tem uma vista maravilhosa. Na descida, passamos pela Cachoeira do Saltão e almoçamos no Parque do Cristo. Onde realmente tem um Cristo e outro restaurante no qual comi muito bem. De domingo tem festival de massas geralmente e o rondelli é imperdível.

Depois de todas essas aventuras, era hora de deixar São Pedro. A viagem foi perfeita só que estraguei a minha volta porque, distraída, esqueci meus dois celulares e carteira no transfer para São Paulo. Mas logo tudo irá se resolver, a agência de viagem me enviará ainda hoje por sedex e amanhã devo receber tudo.

Um dos jipes que nos levou para as trilhas

E a água invade o carro em que eu estava

Sylvia Barreto

Deixe um comentário